terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O mundo virou uma bagunça. Não, o mundo perdeu a fé!



Fé em Deus todo mundo tem, alguns ateus dizem que não crerem em nada, eu não acredito nos ateus, ora ou outra eles cruzam o dedo desejando sorte, pra mim isso já é crer em algo, e se é algo inexplicável, bom, divino, só pode ser Deus, todos os caminhos levam a Ele.

O mundo virou um saco de pancadas que retira a total responsabilidade de quem o habita: “O mundo tá perdido”, alguns dizem, “na minha época não era assim”, outros proclamam, “o mundo tem que acabar”, eu digo em tom insolente como se esse mundo fosse ruim conosco, como se esse mundo fosse o culpado por nossas frustrações e limitações.

Não meu caro, você mero terráqueo habitante de uma parte desse mundo, chamado Planeta Terra, é o único e total responsável por ele e o que faz com ele.
Nós temos a maldita mania e o péssimo habito (defeito) de sempre jogarmos nossas responsabilidades no próximo, é simples:

“Nossa cheguei atrasado outra vez no trabalho, aquele motorista lerdo e esse transito caótico.”

Tao simples culpar o outro, quando era mais fácil sair mais cedo de casa.

Talvez essa zona toda tenha tomado tamanha proporção, simplesmente pela falta de fé. Acreditar que o sagrado existe, merece respeito. O sol nasce todos os dias você querendo ou não. São exatamente 24 horas por dia que cada ser humano tem sobre a terra, igual para todos, falta de tempo não existe, existe falta de interesse.

A fé pode ser tanto interpretada pelo lado bom ou pelo lado ruim, fé pode ser a devoção em um Santo, acreditar que alguém vai se curar de uma doença ou simplesmente fé desviada que faz acharmos que nada de ruim vai acontecer que estamos seguros e por causa disso, para que pedir a Deus proteção?!

Hoje em dias as pessoas vivem como se não existisse o amanhã, o depois, por isso fazem tudo hoje, sem pensar, sem sentir, com pressa, ou total falta de atenção, e no dia seguinte, acordam, mas com peso na consciência, culpando assim o mundo pelos seus atos ou pela falta deles.

As pessoas podem ser muito boas, mas esperam o pior acontecer para se darem conta disso.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

5 Mitos sobre relacionamento Amoroso


A internet (sabendo usar) é uma das ferramentas mais legais já inventadas pela humanidade, garimpando pela net, encontrei este site que pertence a um Psicólogo (o que o torna bem mais legal de se ler) então vou compartilhar com vocês um de seus post e vale a pena ler o restante no próprio site do cara.

Boa leitura!

5 Mitos sobre relacionamento Amoroso

“Eu gostaria de compartilhar algumas impressões sobre mitos que envolvem o relacionamento amoroso que abalam, prejudicam, corroem a vida a dois silenciosamente. Espero que gostem, farei esse percurso em três etapas.”

(Para ler o restante clique aqui e conheça o site: http://www.sobreavida.com.br/2013/01/22/15-mitos-sobre-relacionamentos-2/ )

Mito 1 – Perfeição

 Tenho uma séria dificuldade de falar sobre perfeição, pois não consigo entender de onde vem essa ideia e para onde ela caminha.
Alguns similares me parecem pouco compreensíveis como “sem rachaduras”, “sem falhas”, “incrível”, “maravilhoso”, “completo”, “pleno”, “preenchido”.
Essas ideias são improváveis num relacionamento, porque são impalpáveis na vida. O que seria algo que se mostra completo, inabalável, sem imprevistos, impasses, oscilações ou descompassos? Algo imóvel, sem vida.
O corpo humano mostra o que podemos entender por perfeito, um organismo vivo, mutável, volúvel, cíclico, faltante, processual, alimentável, que excreta excessos, administra ataques externos, se recompõe, mas que fatalmente entra em estado de decrepitude e falência. Algo perfeito é também aquilo que possui prazo, ainda que não determinado. A perfeição enquanto algo intocável ou sem variações pode ser asfixiante.
Um relacionamento necessita contemplar uma dose de frustração, fracasso, desilusão e variação. É totalmente aceitável que as pessoas quebrem expectativas, sonhos e fantasias, afinal nossos desejos e sentimentos são mutantes e não definitivos.
Esse mito é causador de brigas muito comuns em que de alguma forma um dos dois deixou de satisfazer as fantasias do outro e querer que um relacionamento seja perfeito seria admitir que seu próprio mundo emocional é estático e sem criatividade.
É fácil olhar para o casal de amigos e dizer que é perfeito por conta de meia dúzia de sorrisos e beijos apaixonados. Não se preocupe, eles pensam o mesmo do casal ao lado.

Mito 2 – Completude

A velha ideia de metade da laranja, a tampa da panela ou do sapato velho com o pé cansado são manifestações populares do mito que existiria uma pessoa que viesse completar plenamente todas as nossas lacunas, faltas e anseios emocionais.
O sentimento de uma incompletude psicológica que pudesse ser preenchida por um parceiro amoroso esbarra no mito anterior, de que a vida pode ser um jogo com encaixe perfeito. E que alguém pode compensar nossas inabilidades com suas competências pessoais.
O plausível é que possa haver um tipo de parceria e complementaridade pessoal no relacionamento. Soma de forças e talentos pessoais em que cada parte se assuma incompleta ao lado de outra incompletude sem expectativas e decepções.
Saber que a incompletude faz parte da experiência amorosa evita acusações quando ainda se sente vazio e insatisfeito mesmo com um relacionamento.

 Mito 3 – Eternidade

Quando uma mulher conhece um homem ela começa a fazer uma série de cálculos emocionais. “Será que ele é serio?”, “tem filhos?”, “a mãe dele é legal?”, “tem os mesmos gostos que eu?”, “será um bom pai?”.
A ideia de eternidade está embutida na mente feminina, em que cada tentativa amorosa é reacendida uma esperança com relação a um homem que nunca mais a exponha ao medo da solidão. “Jamais me sentirei sozinha e faltante novamente”.
Mais uma vez a ideia de perfeição e completude se associam ao tempo que nunca se acaba.
A possibilidade de um fim de ciclo no relacionamento não é o atestado de pessimismo ou declaração de que algo não é sério, mas só um treino mental  que abra um espaço de liberdade emocional para que o relacionamento caminhe em moldes mais amplos e sem deduções sobre um futuro imaginário que afete o presente.

Mito 4 – Espontaneidade

O amor deve acontecer naturalmente, sem nenhum tipo de esforço, totalmente espontâneo. Esse é o mito.
Sentimentos podem parecer espontâneos, mas não são e dependem de tantos fatores e variáveis.
Um relacionamento amoroso também deve ser esculpido pelo casal, como nas mãos de um artesão. E se o relacionamento se dispõe a ser duradouro e sólido carece de um olhar atento e cuidadoso.
Administrar os impasses de uma vontade individual demanda trabalho e clareza, e ainda maior quando associado ao contexto de duas pessoas com condicionamentos, crenças, modelos mentais, posições e jogos próprios.

Mito 5 – Primeira vista

 Tudo deve ser definido no primeiro olhar, encontro, mês ou ano da relação. O imediatismo mágico só acontece em filmes. Um relacionamento amoroso pode surgir de contextos tão diferentes e imprevisíveis que jamais podemos calcular.
Amigos de anos podem se perceber gostando além da amizade. Colegas de trabalho que apenas resolviam problemas técnicos percebem outro tipo de relação. Casais legítimos (e também incompletos) surgem de relacionamentos incialmente confusos ou improváveis.
O relacionamento é muito mais parecido com uma história que se trança pouco a pouco ao longo do tempo e que engloba mil considerações e negociações em que cada um cede e oferece espaços para o outro. Nada de instantâneo, tudo gradualmente construido. Mesmo que a primeira vista agradou não foi ali que nada se consolidou de verdade.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Toda mulher carrega uma psicótica dentro de si.



A um ano e meio atrás eu daria muita risada dessas cenas.

Ep. 1

A fulana pega o celular do namorado, como quem nnao quer nada, só para passar o tempo e entra no instagram dele e começa a ver as postagens da galera, ela se depara com uma pessoa/mulher/zinha que ele segue, ela é loira/falsa e ama fazer caras e bocas com o iPhone seja na frente do espelho seja deitada na cama.

Aí a fulana pensa: “ok é uma amiga, é até bonitinha.”(Aqui ela é madura e segura.)

Mas dentro da mesma cabeça da fulana a outra fulana , a psicótica pensa: “Quem essa vaca acha que é, e o que essa vaca tá fazendo aqui?! “

Ao mesmo tempo que a parte do seu cérebro racional grita: “E por acaso você se acha inferior a esta mulherzinha de quinta que na certa deve ser uma carente desprovida de amor próprio e por isso tenta passar uma imagem de mulher avassaladora quando na verdade é insegura e sem personalidade.”

A fulana, depois de um ataque histérico mental, respira fundo, vira-se para o seu namorado e diz: “Amor quem é esta? Eu conheço?”

Maaasss, em um relacionamento estável, feliz e muito bem vivido diariamente. A louca psicótica que dormia tranquila dentro de você, desperta ela está completamente do lado da fulana e pensa as mesmas coisas da mulher/zinha que habita dentro daquele instagram.

Outro fato que faz despertar a maníaca neurótica são os benditos SMS, sim essa tecnologia que veio para facilitar a vida dos seres humanos pode ser bem mais perigosa e mais ridícula que rinha de galo.

Ep.2

“A fulana pega o seu celular e manda um SMS pro namorado. Ok, mensagem enviada. Não espera 30 segundos e já olha para o celular, até esse movimento se tornar compulsivamente chegando a um transtorno obsessivo compulsivo em que o mundo para de girar até o celular apitar um sinal de: você tem 1 nova mensagem.”

Mas acontece que o SMS não chega. Aí meu amigo o tempo fecha e raios e trovões ficam pequenos perto da fúria e dos pensamentos psicóticos da Fulana.

Eis o que se passa dentro de uma mente psicótica transtornada:

1)   Ele está morto.

2)   Sofreu um acidente e esta preso as ferragens (“que absurdo não alcançar o celular, oras ele ainda consegue falar, só não consegue sair de dentro do carro!”)

3)   Está com outra mulher (ou homem). (“Eu vó matar aquele cafajeste, me enganou durante tantos anos, como ele pode fazer isso comigo!!!!”)

4)   Está no barzinho tomando cerveja com os amigos. (“Ahhhh mas ir ao cinema comigo e me ajudar a escolher a tinta para a reforma da cozinha ele não quer, espera perder pra dar valor, espera!!!! “(gritando))

5)   Ele vai terminar comigo. (“esta decidido e por isso está me dando um gelo, pra já ir preparando o campo e me contar que não me ama mais, e que eu mereço coisa melhor (lagrimas)”)

6)   A bateria do celular acabou.


É assustador, não?!

Sim, parece, até a fulana perceber que está entrando na TPM.



Obs.: Se você é mulher e achou tudo isso um absurdo, coisa de mulher louca e que não se garante, uma dica: Arrume um namorado de verdade. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Jeito estranho de viver



Todo mundo pergunta a mesma coisa ou se pergunta: de onde vem a inspiração?
Eu acho uma pergunta bem difícil de responder, pelo menos pra mim. Alguns compositores, na verdade a maioria que já ouvi, diz que sua inspiração vem de tristezas, traumas, sofrimento (a cantora Adele que o diga).

Talvez porque o fundo do poço seja o melhor lugar para pensar na vida, oras, você cai, senta e olha para cima e começa a pensar em tudo. O único momento em que você realmente é obrigado a pensar, já que não tem muita escolha.

Não sei, nunca estive lá e pretendo não estar, existem outras maneiras de pensar na vida, refletir, o dia 31 de dezembro e 22 de janeiro pra mim são datas fundamentais pra rever o que eu já fiz e pretendo fazer, na maioria das vezes, mais o que eu não realizei e poderia ter feito.

O Ser humano é um bicho burro, ele espera perder para sentir falta, quando chove reclama, quando faz sol reclama, joga lixo na rua e reclama de enchentes, vota em qualquer um e odeia corrupção. E assim segue a humanidade, a caminho do fundo do poço.

Não que eu seja pessimista, longe disso, alias detesto gente pessimista. Prefiro  a ilusão de tudo vai dar certo ao negativismo de que não vai.

Mas de onde vem a inspiração? Bom, quando estamos muito felizes, de verdade, para mim é como uma explosão de fogos é tanta coisa bonita pra olhar que não da tempo, é rápido, é iluminado é maravilhoso. É uma mistura de tantos sentimentos que não sobra nem espaço para respirar. É um egoísmo perdoável.

Só quem sente, sabe, é inexplicável, não dá. E por ser inexplicável, fica só com a gente, dentro da gente. Vai ver que é por isso que felicidade incomoda tantas pessoas,  temos a infeliz ideia de não contar nossa felicidade pra não dar azar. Talvez por isso também o mundo, as pessoas estejam cada vez mais solitárias.

E por isso música melancólica, noticia ruim e novela dramática, façam tanto “sucesso “ e cause tanto alarde, as pessoas não querem compartilhar a felicidade, porque dizem que a inveja tem sono leve. As pessoas querem mostrar  suas fraquezas e medos, transformadas em poesia ou canção, mesmo que ludicamente o que se passa com elas, mesmo que sentadas, no fundo do poço.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Classe média ou remediada? (Por Alphen)

Sou muito fã desse cara e adorei esse texto, por isso quero compartilhar com vocês aqui no blog, vale muito a pena ler. Ah e o site dele é esse: http://www.alphen.com.br/


Classe média ou remediada?

Quando viajamos para países abundantes é fácil conseguir encaixar-se em alguma classe social por puro empirismo comparativo: “esse aqui é parecido comigo, logo sua classe deve ser a minha”. Ainda há uma sensação nítida de fronteiras delimitadas e abertas entre os diferentes níveis sociais.
A imensa maioria dos brasileiros que viaja para o lado rico do mundo se reconhece na classe média mas quando voltamos para cá, encontramo-nos na classe mais favorecida.
Superficialmente, parece lógico: a definição de classe se dá de forma diferente país a país porque é uma questão de poder de consumo. Rico em Uganda é classe média nos Estados Unidos, pobre nos Estados Unidos é classe média em El Salvador e pobre no Brasil é pobre em qualquer lugar do mundo.
Mas a definição de classe social deveria ser mais complexa e não levar em consideração apenas diferenças de poder de compra.
Para Max Weber, ela se dá em função de 1) oportunidades econômicas 2) status, identidade e orientação cultural 3) poder e capacidade de exercer influência individual ou coletiva sobre as políticas.
E aí complica mas também também explica melhor porque somos da Classe A aqui e seríamos da classe média lá. E não é só uma questão de renda.
Mas é difícil estabelecer políticas de mobilidade social considerando essa abordagem teoricamente mais correta porque status e poder não são quantificáveis. Também é arriscado entender que a vida das pessoas melhora quando elas consomem mais.
Ainda assim, precisamos de um balizador que possa orientar a movimentação ascendente da população.
Em interessante artigo na Quarterly Americas, Luis Felipe López-Calva, economista chefe sobre pobreza do Banco Mundial propõe outro critério. Mais simples, mais intuitivo, mais mensurável também.
Resumidamente, ele demonstra que se considerarmos que a classe pobre da base da pirâmide pode ser definida por status nutricional (tem dificuldade de colocar comida na mesa) o critério que melhor definiria a classe média seria a sua segurança de não voltar a ser da classe mais pobre. Essa vulnerabilidade relativa é que deveria classificar as pessoas da classe média.
Empiricamente é fácil constatar que esse critério é coerente. Quem pertence à classe média num país rico sabe que dificilmente passará fome, mesmo que suas condições se deteriorem, porque possui uma segurança educacional, cultural, de relacionamentos, de crédito, de patrimônio, etc. que lhe dão estabilidade e segurança. Mesmo que o país entre em recessão, mesmo que haja uma guerra ou catástrofe natural.
Se esse critério parece inteligente, também coloca suspeitas sobre o discurso ufanista da recente explosão da classe média no Brasil. O que vem acontecendo no país é sim o crescimento do poder aquisitivo. Mais ter mais consumo não significa ter mais classe média porque não existe estabilidade. É tudo muito recente, é verdade, mas mesmo assim, as políticas públicas e privadas não são dirigidas para dar segurança às pessoas que emergiram quase que acidentalmente da pobreza.
Dona Maria do Socorro, mãe solteira, tem renda familiar de R$ 1.800,00 e 3 filhos. Seus filhos estão empregados e ganham o salário mínimo mas pararam de estudar. “fico insistindo para eles voltarem para a faculdade, estudarem, mas eles me dizem que não precisam de mais estudo porque afinal estão empregados”. Esse é o drama do pleno emprego e principalmente da inversão de valores que vem se operando no país concomitantemente com seu suposto bom momento. Não há mais correlação entre estudo e sucesso profissional – os exemplos são óbvios: de jogador de futebol a presidente da república – e existe apenas um valor de vida: a capacidade de consumir mais. Basta assistir a qualquer novela, conversar com qualquer pessoa, passear em qualquer shopping center para constatar essas mudanças de paradigma na sociedade brasileira.
Mas é evidente que o pleno emprego é um fenômeno temporário, uma bolha. Amanhã, precisaremos (na verdade hoje, agora e imediatamente) de pessoas mais qualificadas e instruídas. E nem precisa ter tremedeira econômica no mundo. É uma questão de lógica: a população aumenta mais do que a capacidade do país de prover infraestrutura para uma vida saudável, pacífica, segura.
É também óbvio que essa exacerbação do consumo como bússola de mobilidade social é uma cortina de fumaça e um círculo vicioso. Quanto mais se consome, mais se quer consumir e quanto mais se quer consumir, mais se precisa de dinheiro e quanto mais se precisa de dinheiro, mais a gente se endivida. De novo, é ululante.
Não temos uma classe média no Brasil, ainda. E esse “ainda” depende de não fazer a política da auto-enganação. É assumir que ter uma classe média é uma meta e não um fato. Mas é principalmente revisitar as políticas de consolidação do inegável – e merecido – esforço que o país vem fazendo nos últimos anos. É não achar que as soluções do passado ainda são boas. E como sugere o autor do artigo, criar políticas que consigam dar segurança e estabilidade para a classe remediada (e não média) brasileira.
Mas também fazer a nossa parte e encontrar argumentos que ajudem a Dona Maria do Socorro a fazer seus filhos voltarem a estudar. Fazer a nossa parte e parar de enaltecer uma cultura de massa alienadora.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Eu gostaria muito que elogio enchesse barriga e pagasse as minhas contas...



A matemática é simples. Você trabalhador, trabalha e recebe no final do mês. Todos nós trabalhamos para um único resultado: sermos remunerados por isso.  Se você foge a esta regra, nem perca seu tempo e pare de ler aqui.

Digamos que eu seja cozinheira, eu vou até meu locar de trabalho todos os dias, faço o que sei que é cozinhar e (suponhamos) por sinal que eu faça muito bem. Um belo dia tenho um super jantar para preparar, me dedico, e faço a melhor refeição.
No final do jantar sou chamada até a mesa e recebo rios de elogios. Eu como um ser humano provido se ego, me sinto superfelizecontente, ganhei meu dia! Não. Não ganhei.

A questão é? Se eu me propus desde o inicio a seguir carreira como cozinheira, logo eu imaginei ser uma ótima cozinheira, estudei, me esforcei, trabalhei duro. Tudo isso para ser a boa profissional que me tornei.

E então se retornarmos ao final do jantar no momento em que recebo vários elogios, isso nada mais é que o reconhecimento de todo esse esforço ao longo dos anos como cozinheira, certo?

Certo se eu fosse mais uma acomodada que se contentasse com pouco. Na verdade, todos os longos anos foram dedicados a minha profissão e em momento nenhum eu paguei meus cursos elogiando meus professores. Eu paguei a condução até meu curso, elogiando o motorista? Não!  Então porque raios eu devo ficar superfelizecontente com tantos elogios alheios?! Esses elogios se transformarão em bônus dinheiro na minha conta no final do mês?!

Simples! Por que nós, brasileiros temos a maldita mania de achar que somos bons pelo que nos dizem, por palavras, meras palavras. Então se alguém me diz que sou uma péssima cozinheira, logo todos os meus anos de dedicação vão pelo ralo e começo a me sentir a pior pessoa do universo. É assim que as coisas funcionam aqui meu caro.

Mas como disse lá no primeiro parágrafo, elogios não enchem barriga muito menos pagam contas. Pergunta para uma profissional do sexo, se ela vai fazer um programa de graça porque alguém a chamou de bonita? Creio que não, ela cobra pelo serviço!

É certo e comprovado que receber elogios no trabalho estimula o profissional e o deixa mais motivado. Sim, ser elogiado é muito bom é gratificante, mas devemos acabar com essa cultura de que “dinheiro não traz felicidade” e que o importante é ser feliz, concordo plenamente, mas ir ao supermercado e fazer compras não se paga com um belo sorriso no rosto.

Infelizmente vivemos num país que não valoriza as pessoas, em todos os aspectos tanto na saúde publica, na educação e etc. Onde quem tem poder manda e quem tem juízo obedece. É a lei da necessidade, eu preciso então me sujeito.

Então nos chegamos à única conclusão (que eu vejo), brasileiro não cobra pelo seu trabalho como deveria e ainda quando frustrado leva para o pessoal e sente-se um lixo humano. Não devemos depositar todo o nosso esforço em simples palavras ouvidas de gente que não conhece a sua historia o seu esforço pra chegar onde chegou, quando se sentir rejeitado ou humilhado, pense no stress e na força de vontade que teve pra realizar o seu objetivo, assim fica mais fácil (sobre)viver.

Meus queridos, espero que um dia sejamos reconhecidos financeiramente e honestamente, conforme nosso investimento lá traz. É justo, nos pagamos para nos transformarmos num bom profissional, mais justo cobrarmos por isso, e recebermos conforme o tamanho de nosso talento, em trabalhar.